quarta-feira, 30 de julho de 2025

30 de Julho - Dia Mundial do Bordado

Resgatar a história do bordado é relembrar um dos mais belos capítulos da história de São Pedro. Cada ponto, uma memória. Cada linha, um fio que une gerações ao longo de mais de 100 anos de tradição. 

No entrelaçar das agulhas, com paciência e delicadeza, dona Nadir e dona Vera, duas artesãs da cidade, transformam, há 69 anos, panos em poesia e arte.

Dia Mundial do Bordado

O Dia Mundial do Bordado surgiu em 2011, por iniciativa da Täcklebo Broderiakademin (Academia de Bordado de Täcklebo), localizada em Vismarlöv, na Suécia.

A ideia por trás da criação dessa data, celebrada anualmente em 30 de julho, era promover o bordado como uma forma de expressão artística e conscientizar as pessoas sobre a rica tradição dessa técnica milenar.

A Academia de Bordado de Täcklebo, que reúne artistas, educadores, entusiastas e historiadores, buscou com essa iniciativa:

  • Unir bordadeiras e entusiastas de diferentes culturas ao redor do mundo.

  • Celebrar o bordado como um ato de criatividade e liberdade, seja por prazer, como hobby, profissionalmente, ou mesmo como um ato de protesto e reflexão sobre questões sociais.

  • Destacar o papel do bordado como uma ferramenta para o entendimento e a conexão entre os povos, promovendo a paz e a igualdade.

Desde então, o Dia Mundial do Bordado tem ganhado força globalmente, sendo celebrado em diversos países com exposições, encontros e atividades que valorizam essa arte manual.

São Pedro e o Bordado

A cidade de São Pedro (SP) tem uma ligação muito forte e tradicional com o bordado, especialmente o ponto cruz. Essa tradição é tão enraizada que o bordado é mencionado no hino da cidade e dá nome a um ginásio de esportes, além do Espaço Cultural na Praça da Matriz levar o nome de uma das mais famosas bordadeiras de São Pedro, Dona Ana Hermelinda Baltieri Azzine.

Origem Histórica

A tradição do bordado em São Pedro começou por volta de 1890, com a chegada de imigrantes italianos à região. Mulheres dessas colônias trouxeram e ensinaram a técnica do ponto cruz, que se tornou uma importante fonte de renda para as famílias, especialmente após a crise do café em 1929.

Sustento Familiar

Por muitas décadas, o bordado foi essencial para o sustento de diversas famílias em São Pedro. Muitas mulheres bordavam para vender, conseguindo assim comprar roupas e suprir outras necessidades. Há relatos de que algumas mestras do bordado, como Dona Ana Hermelinda Baltieri Azzine, chegaram a contratar centenas de bordadeiras na cidade e região para atender às encomendas.

Tradição Viva e Ativa

Mesmo com o passar do tempo, o bordado manual em ponto cruz continua sendo uma tradição viva em São Pedro. A cidade investe em:

  • Oficinas e aulas: a Cultura, por exemplo, oferece oficinas de ponto cruz, que servem tanto para aprimoramento quanto para socialização.

  • Associações: a Associação Art'sTrama e o Grupo Solidário Matriz de São Pedro reúnem bordadeiras, promovem eventos e vendem suas peças.

  • Feiras de Artesanato: há feiras regulares, como a que acontece aos sábados e domingos ao lado da igreja matriz, onde turistas podem encontrar uma vasta gama de produtos bordados à mão (cama, mesa, banho, etc.).

  • Eventos temáticos: a cidade celebra o Dia Mundial do Bordado com exposições, vendas e contação de histórias, reforçando a importância cultural da prática.

Patrimônio Cultural

O bordado é considerado um patrimônio cultural de São Pedro, transmitido de geração em geração. Muitas bordadeiras aprenderam a arte com suas mães e avós, garantindo que o conhecimento e a habilidade sejam perpetuados. Além do ponto cruz, outros pontos como oitinho, caseado, ilhós, vagonite e ponto livre também são praticados.

São Pedro, por meio dessa rica tradição, demonstra como uma arte manual pode ser um pilar da identidade e da economia local.

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