No entrelaçar das agulhas, com paciência e delicadeza, dona Nadir e dona Vera, duas artesãs da cidade, transformam, há 69 anos, panos em poesia e arte.
Dia Mundial do Bordado
O Dia Mundial do Bordado surgiu em 2011, por iniciativa da Täcklebo Broderiakademin (Academia de Bordado de Täcklebo), localizada em Vismarlöv, na Suécia.
A ideia por trás da criação dessa data, celebrada anualmente em 30 de julho, era promover o bordado como uma forma de expressão artística e conscientizar as pessoas sobre a rica tradição dessa técnica milenar.
A Academia de Bordado de Täcklebo, que reúne artistas, educadores, entusiastas e historiadores, buscou com essa iniciativa:
- Unir bordadeiras e entusiastas de diferentes culturas ao redor do mundo.
- Celebrar o bordado como um ato de criatividade e liberdade, seja por prazer, como hobby, profissionalmente, ou mesmo como um ato de protesto e reflexão sobre questões sociais.
- Destacar o papel do bordado como uma ferramenta para o entendimento e a conexão entre os povos, promovendo a paz e a igualdade.
Desde então, o Dia Mundial do Bordado tem ganhado força globalmente, sendo celebrado em diversos países com exposições, encontros e atividades que valorizam essa arte manual.
São Pedro e o Bordado
A cidade de São Pedro (SP) tem uma ligação muito forte e tradicional com o bordado, especialmente o ponto cruz. Essa tradição é tão enraizada que o bordado é mencionado no hino da cidade e dá nome a um ginásio de esportes, além do Espaço Cultural na Praça da Matriz levar o nome de uma das mais famosas bordadeiras de São Pedro, Dona Ana Hermelinda Baltieri Azzine.
Origem Histórica
A tradição do bordado em São Pedro começou por volta de 1890, com a chegada de imigrantes italianos à região. Mulheres dessas colônias trouxeram e ensinaram a técnica do ponto cruz, que se tornou uma importante fonte de renda para as famílias, especialmente após a crise do café em 1929.
Sustento Familiar
Por muitas décadas, o bordado foi essencial para o sustento de diversas famílias em São Pedro. Muitas mulheres bordavam para vender, conseguindo assim comprar roupas e suprir outras necessidades. Há relatos de que algumas mestras do bordado, como Dona Ana Hermelinda Baltieri Azzine, chegaram a contratar centenas de bordadeiras na cidade e região para atender às encomendas.
Tradição Viva e Ativa
Mesmo com o passar do tempo, o bordado manual em ponto cruz continua sendo uma tradição viva em São Pedro. A cidade investe em:
- Oficinas e aulas: a Cultura, por exemplo, oferece oficinas de ponto cruz, que servem tanto para aprimoramento quanto para socialização.
- Associações: a Associação Art'sTrama e o Grupo Solidário Matriz de São Pedro reúnem bordadeiras, promovem eventos e vendem suas peças.
- Feiras de Artesanato: há feiras regulares, como a que acontece aos sábados e domingos ao lado da igreja matriz, onde turistas podem encontrar uma vasta gama de produtos bordados à mão (cama, mesa, banho, etc.).
- Eventos temáticos: a cidade celebra o Dia Mundial do Bordado com exposições, vendas e contação de histórias, reforçando a importância cultural da prática.
Patrimônio Cultural
O bordado é considerado um patrimônio cultural de São Pedro, transmitido de geração em geração. Muitas bordadeiras aprenderam a arte com suas mães e avós, garantindo que o conhecimento e a habilidade sejam perpetuados. Além do ponto cruz, outros pontos como oitinho, caseado, ilhós, vagonite e ponto livre também são praticados.
São Pedro, por meio dessa rica tradição, demonstra como uma arte manual pode ser um pilar da identidade e da economia local.
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